A pena suavemente desliza,
Serena, qual um sopro de brisa,
Mensageira fiel, como que de Deus,
Entrega, doce, esses sentimentos meus...
Briguei em imbróglio narcisista,
Cobiçava autonomia, uma mera pista,
De que podia, de fato, sozinho pensar,
A pena não tinha pena em vergastar.
Flagela a mente cansada, sem afago,
"Sem troça ou arrependimento?" Indago,
A amante tinteira não ameiga em carícia,
Meretriz impiedosa, só produz fria sevícia.
Pensamentos criativos, cativos em poesia,
Nasce coexistência, o que mais esperaria?
A mão que traça os caprichos da mente,
Rabisca inspirações em liberta torrente.