Fúria
A sina do poeta é o eterno sofrer,
condenado ao constante querer,
rogo sequer um pouco de atenção,
à musa amada, fruto de minha ilusão.
Por quê o destino se mostra perverso?
mesmo despedaçado, ofereço-te um verso,
porque minha amada não trouxeste?
indagação que à minha mente investe.
Perdido, jogo cartas com a morte,
espero a hora de tentar minha sorte,
cartas marcadas não me aparecem,
sim, as feições do fim se me apetecem.
Me sinto traído, poderia ser diferente,
a história não contada da gente,
entristecido, rejeito a realidade,
que amarga se mostra nessa idade.
Um momento apenas, com calma,
por ele venderia a minha própria alma,
não encontraria a minha perdição,
pois sem ti, vivo eterna danação.
Não fui honrado? Bondoso?
porque me negaste aquele gozo?
ter para sempre o objeto de minha atração,
meu maior desejo, minha eterna paixão.
(imagem-google)