O Poeta
Quando irradiava meninice,
sem muito saber, olhei o céu e disse:
"mirando a vida da coxia, serei poeta!",
do ser e não apenas existir, eterno exegeta.
Olho as vidas ao meu redor, em interação,
ninguém, todavia, está ciente de minha ação.
Tudo é tão belo, ao mesmo tempo tão feio,
tudo é vazio, e ainda, tão cheio.
Amante versado na arte de criar,
em letras rebeldes, devaneio meu sonhar,
rogo à minha musa um pouco de inspiração,
para compor um poema, talvez uma canção.
Maltratado, desvanecido sofrer calado,
tido por excêntrico, jogado ao lado,
dedicado ao condoído, não passo ao largo,
para a alegaria de outrem, constante afago.
Aquele que em verso procura exibir,
em tom rimado, o livre entusiamo do sorrir,
chama com saudade aquele que me escutou,
neste momento, nesta hora em que me vou.