Textos
A Noite
Escuridão se revela lentamente,
como uma velha conhecida, ela se mostra,
desejoso, por ela espero contente,
sem brusquidão, dá-me tímida amostra.
Espectro faminto e insone,
encoberto pelo manto do luar,
por ventura, desta vez eu me apaixone,
em contemplação, venha lenta me embalar.
Da sacada, tal qual o eterno casal,
de história mítica e dramática,
imagino se encontrarei destino igual,
como personagem de odisseia enigmática.
A solidão, ao som do silêncio, se faz varonil,
ataca-me como que em vitupério pessoal
apresenta-se em púnico tom febril,
contudo liberto-me, não mais lhe sou leal.
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Marcus Hemerly
Enviado por Marcus Hemerly em 02/08/2017
Alterado em 15/12/2017
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