Declaração de Amor
Soturno, caminhando sozinho à beira mar,
perdido em ilações, procuro o meu par,
ela, cujo nome vem como mensagem do vento,
aquela que divagando, sempre escuto atento.
Inventivos tercetos, lânguidos sonetos,
que componho feliz em meus intentos,
de para sempre lhe amar em tom profundo,
o amor mais belo, mais forte do mundo.
Saudoso, contudo, guardo doce recordação,
para cessar a falta, a amarga sofreguidão,
uma fotografia, a imagem de meu tudo,
que trago apaixonado, no bolso do sobretudo.
Ela, a joia mais bela em exposição,
minha droga insaciável, dona do meu coração,
sobrelevando o sofrer sem tua presença,
axiomático negar, é de geral sabença.
Impossível dizer, hoje, ou por todo o ano,
dizer com palavras, o quanto te amo,
impossível dizer, agora, o quanto te espero,
dizer em vocábulo, o quanto te quero.