Antes de Dormir
Agora, nesta hora em que me deito,
cerro os olhos, aflito em meu leito.
Espero contigo, uma vez poder sonhar,
saborear-te pujante em meu dormitar.
Fome constante, aguda inquietação,
sem ti, vivo e morro, em insaciável inanição.
No estado onírico, flutuante, te vejo e te sinto,
efêmera realidade, pois a mim mesmo minto.
Antes de dormir, no lugar de uma oração,
rogo ao destino, que ceife tal provação,
a de em conscientização, fria e cortante,
saber o quanto se encontra distante.
Tristemente, ó Dama, sei que nunca a terei,
posso apenas, dizer que sempre te amarei,
pois sei o quanto sofre, quem padece amoriscado,
apolínea e triste palavra, sinônimo de enamorado.