Cadeira Vazia
Tão costumado objeto inanimado,
Por seus utentes, menosprezado,
Cadeira velha, madeira de lei,
Consolos aos quais me entreguei.
Digo, há muito se foram todos,
Perdidos, sim, em plûrimos engodos,
Assim como todos estamos,
Perdidos, na selva em que andamos.
Hoje, esquecida num canto de sala,
Amores, dores, não mais embala,
Não vela o descanso, donde jazia,
É agora, apenas uma cadeira vazia.
Há muito, houve despedida,
Não suficiente para secar a ferida,
Talvez somos hoje, quem diria!
Inanimados, qual uma cadeira vazia.
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