O Farol.
Se pudesse juntar de um tudo,
Seria bem no fim do mundo,
Não um simples passeio,
Mas dar azo a meu anseio.
Guardo tudo num farol,
Luz que ilumina como o sol,
Salpicos de água salgada,
Como lágrimas sobre a amurada.
O farol não existe,
Seria talvez, motivo para deixar triste,
Não é de pedras por dentro feito,
Ou de cimento por fora refeito.
Lá não guardo sonhos,
Nem mesmo temores medonhos,
Lá não deposito flores à posteridade,
Apenas refujo-me da realidade.
O farol não é seu,
O farol é somente meu,
Não guarda mobílias abarrotadamente,
Pois o farol, só existe em minha mente.
Não é vazio, ainda que desabitado,
Apenas um refúgio, um gemido calado,
Uma figura onírica para amar,
Edificada em meio ao quebra-mar.
Águas revoltosas em pensamento,
Acalentam geladas um momento,
Quando não mais fantasiarei,
Em mim, eternamente mergulharei...
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