Espera
Olho na janela, só mais uma vez,
Assim me convenço, sei que é mentira,
Pois o vazio acalenta minha ingênua ira,
Na promessa de, novamente, antever sua tez.
Você passou como que num cometa,
Inflado em beleza e mau presságio,
Engana o coração pueril que se inquieta,
No silenciar indiferente do adágio.
O que resta é a salgada nódoa da saudade,
Lágrima amarga que transborda a calmaria,
Consolo sobrestado; tal qual nunca viria,
Hoje, amanhã; velhice ou qualquer idade.