Passados anos, a memória não é mais arguta,
O tempo se tornou consorte mal quista,
Embota em brumas abissais o rememorar da
Velha infância. O passado não é mais presente. Não mais.
Hoje, do alto da torre de um casarão em ruínas
O passado é o futuro, única fonte de regozijo.
Fui fiel presente na Sé, aventureiro no Bairro Japonês,
Até mesmo assíduo boêmio da noite no Largo do Paissandu.
Viaduto do Chá. Anhangabaú.
Amargo.
Perene em seu condoer.
Hoje, o tempo é amigo da mente já revelha,
Quando o reduto da infância é perdido nos prédios inominados; tal
Como um infante abandonado.
Largo da Memória, nº 16. Não mais existe, apenas, é. Onde?
Não sei.